por Lucas Ramone
Bom, eu não poderia escrever toda esta resenha sem falar UMA ceninha do filme ;). Então leia o próximo parágrafo por sua própria conta e risco, pois pode estragar a surpresa de quem não viu ainda.
“Quando os judeus voltarem a Sião...
E um cometa preencher o céu...
E o Santo Império Romano se levantar...
Então eu e você morreremos.
Do Mar Eterno ele se levanta...
Criando exércitos em cada praia...
Virando cada homem contra o seu irmão...
Até que o homem
Não mais exista!”
Em 1974, o então desconhecido escritor David Seltzer estudou o livro bíblico do Apocalipse (também conhecido como Livro das Revelações) e lançou seu primeiro livro, o qual batizou de The Omen (A Profecia, no Brasil). O livro descrevia a vinda do Anticristo na forma de um pequeno e aparentemente inocente menino. Foi um enorme sucesso de vendas, e até hoje é relançado por diversas editoras no mundo todo. Com um sucesso desse porte, era inevitável uma adaptação às telas do romance. Dois anos depois essa profecia (heheheh) se cumpriu, e foi lançado o filme A Profecia (The Omen), dirigido por Richard Donner e estrelando Gregory Peck e Lee Remick. A película foi estrondoso sucesso, e até hoje é considerado (e com certeza sempre será) o maior clássico apocalíptico de todos os tempos.
O filme começa com um senhor chamado Robert Thorn (Peck) indo em direção ao Hospitalli Generalli de Roma, pois seu filho está nascendo. Porém Thorn descobre que seu filho nasceu morto, e para não chocar sua esposa com essa terrível notícia, decide seguir o conselho do misterioso Padre Spilletto e adota um menino órfão, que batiza de Damien. O que ele não sabe é que essa criança é, na verdade, o Anticristo, ou seja, o filho do Diabo! Após o aniversário de 5 anos de Damien, coisas bizarras e sinistras começam a acontecer: um cão misterioso começa a rondar a casa dos Thorn e sua nova babá comporta-se de forma cada vez mais estranha. Robert logo percebe que algo não está certo e, junto do fotógrafo Keith Jennings (David Warner, ótimo), resolve juntar as peças do quebra-cabeça e resolver esse mistério, ao mesmo tempo em que deve proteger a vida de sua mulher e a sua própria.
Bom, por onde começar falando quando o filme é A Profecia? Simplesmente um filme genial, pouquíssimos defeitos, e enormes virtudes. Aliás, “defeito” seria uma palavra errada para definir, acho que “erro” ou (de uma forma mais pomposa) “gafe”, pois as únicas falhas que encontrei neste filme maravilhoso são pequenos descuidos de continuidades, coisas mínimas que só os mais atentos perceberão.
Uma coisa que se percebe com clareza nesse filme é o recurso de close nos olhos dos personagens, em especial Gregory Peck mais pro final. Tanto em momentos de angústia, suspense ou emoção, como em momentos de pânico, tensão e puro terror, os olhos são sempre focados como sinalizadores das emoções dos personagens. Várias ótimas tomadas dos closes acompanhadas pela não menos importante trilha sonora.
Ah, a música. Como esquecer dela? Isso é simplesmente impossível, a orquestra redigida por Jerry Goldsmith, perfeita em todos os seus acordes, prende a atenção do espectador a qualquer cena que estiver passando, fazendo-o sentir na pele o que é o ser perseguido pelo Mal.
As mortes, também, são magníficas. As gerações mais atuais poderão talvez encontrar semelhança nas mortes da série Premonição (Final Destination), mas o fato é que as mortes em A Profecia marcam. Você realmente não desconfiaria de um caminhão carregado de janelas de vidro, ou de um simpático padre italiano com sobrancelhas da mesma espessura do Canal da Mancha. Simplesmente não há como esquecer as mortes que acontecem neste filme. Você fica marcado para sempre.
A Profecia teve 2 seqüências diretas e uma totalmente diferente das demais (que eu ainda não vi), além de um remake deste primeiro, realizado pela própria Fox em 2006, não obtendo nem metade do êxito do original. Os quatro originais foram lançados em VHS no Brasil pela Fox, se não me engano, e relançados em DVD em 2001 (Edição de Aniversário - 25 Anos) e em 2006(Edição Especial – Aniversário de 30 Anos), num box especial lindíssimo. O remake também foi lançado normalmente nos cinemas por aqui em 2006. O livro foi lançado no Brasil pela primeira vez em 1974, pelo Círculo do Livro, numa versão com capa dura, contendo na capa Damien caminhando sobre umas ruínas e alguns cães demoníacos acompanhando-o.
À data desta resenha, eu já havia visto os filmes nesta ordem: primeiro o livro, depois o remake, o original, a parte III e então a parte II, e digo com louvor que esta primeira é, de longe, a melhor parte da trilogia de quatro partes. Então é isso, fica a sugestão para o filme, um verdadeiro clássico não só do horror, como também de todo o cinema em geral, tendo gerado incontáveis imitações que até hoje tentam, sem sucesso, repetir o mega-sucesso que este foi.
Até a próxima, meus amigos!
Você é realmente feliz? Quanto vale a felicidade daqueles que você ama? Você estaria disposto a sacrificar seu conforto em nome da felicidade daqueles que você ama? É esse o questionamento que o filme A Procura da Felicidade (The Pursuit of Hapiness, EUA, 2007), filme que conta o drama de Chris (Will Smith), um simpático vendedor que tem uma relação conturbada com a esposa. Ele tenta sempre dar de tudo o melhor para sua família, mas as vendas não estão rendendo, e ele precisa encontrar outro emprego para sustentá-la. É então que ele conhece um corretor da bolsa de valores de Nova York. Chris percebe que ele é plenamente sustentável, e decide então se esforçar para conseguir um emprego na bolsa, e, finalmente, alcançar a tão sonhada felicidade ao lado de seu pequeno filho, já que sua esposa o abandonou. Será que ele consegue?
Uma coisa que se percebe quando se assiste a esse filme é o quanto ele é real. Assuntos como desemprego, estrutura familiar e principalmente felicidade são profundamente abordados. Penso que esses assuntos estão em alta desde o princípio da humanidade civilizada. Sempre onde há alguém se sentindo feliz por ter conseguido tanto dinheiro em tão pouco tempo, há também outros desesperados em tentar administrar a mixaria que ganham em uma vida inteira. A esses resta a esperança de um emprego melhor, mas aí entra a questão da oportunidade, pois nem todos que precisam podem tentar um estágio, como o protagonista do filme. Há pessoas tímidas, há pessoas depressivas, há pessoas que acham que nunca serão nada na vida. E se não se derem por conta que tudo só depende delas mesmas, nunca serão nada mesmo, nem nunca chegarão a lugar algum.
O que falta a estas pessoas é a perseverança e a força de vontade. Ora, se nunca tentarem nada, é óbvio que nunca conseguirão nada. E o protagonista, mesmo sendo negro (algo que já deixa as pessoas desconfiadas, e subconscientemente, preconceituosas desde o início) e de origem humilde, nunca desistiu de seus ideais, nunca desistiu de tentar um emprego e melhorar sua vida e a de seu filho, além de garantir um futuro decente para ele. Concluo, a partir disso, que a principal mensagem do filme é não desista de si mesmo, não se deixe abater por qualquer bobagem, ou seja, é uma mensagem positiva que deixa o espectador psicologicamente mais aliviado e mais preparado para tentar enfrentar o futuro que a todos espera (pelo menos foi isso que aconteceu comigo após terminar de ver o filme x] ).
Outra importante mensagem que o filme passa é a da dignidade. Mesmo que você esteja dormindo num banheiro público, ou sendo preso por não pagar multas de trânsito, nunca perca sua dignidade. Este é um dos bens mais preciosos que o ser humano possui. Não devemos degradá-la de forma alguma. Veja bem, se você não tiver dignidade alguma, quem se importará com você? Quem falará com você? Uma pessoa indigna simplesmente não tem razão de ser, viver ou existir. Sua dignidade vale muito, cuide bem dela.
Bom, é basicamente isso. Esse filme tem muitos detalhes, e eu não ficarei aqui contando tudo tintim por tintim. Alugue, compre, pegue emprestado, de qualquer jeito, consiga este filme e assista-o, garanto que será uma experiência única, e olha que nem é bem o meu estilo falar bem de dramas.
Até outra hora! o/